Esse projeto também é antigo e está parado faz um bom tempo. Fala acerca da mítica nórdica sobre o fim do mundo, nada de tão original na verdade. Espero que gostem e peço novamente, critiquem! Obrigado!
Capítulo
I – Mergulho
Bor.
Eis que a noite caiu.
Os clamores,
xingamentos e brados de guerra cessaram nos lábios dos guerreiros. Garotos,
mortos, pela vontade egoísta de velhos avarentos que jamais suaram por seu pão.
Garotos, que agora
jazem na lama, com seus corpos destruídos, servindo de pasto para as feras e
moscas.
Garotos que lutaram com
bravura, e permanecerão a eternidade sem serem honrados em suas piras.
Entre eles, estou eu,
Bor, filho bastardo de um soldado molestador. Que largou uma vida de
fazendeiro, pacata e tediosa, para conseguir uma saga. Mas ela jamais será
escrita ou cantada.
Minhas vísceras se
espalham pela lama. Mas Hella ainda não chegou com sua carroça para me buscar.
Vejo a Lua com seu brilho pálido erguer-se no céu, parecendo um terrível olho a
julgar os caídos.
É a última visão que
tenho de Midgar.
Mergulho nas Trevas,
amaldiçoando Odin.
Onde está a recompensa?
Onde está o Valhalla?
Mergulho nas Trevas.
Cada vez mais.
Wulfgan.
Os galhos talham minha
face enquanto tento fugir.
Não olho para trás, mas
sei que me perseguem.
Ladrões de estrada
atacaram minha comitiva como uma tenaz. Os guardas, com toda sua pompa e
brilho, tombaram como folhas secas.
Em pânico, comecei a
correr, floresta adentro. Vergonhosamente, eu, Wulfgan, filho de nobres, fugi.
Mas de nada adiantou. Fui
cercado.
Vendo que não
conseguiria mais fugir, saquei de minha adaga, nesse instante fui bravo, nesse
instante fui nobre, nesse instante, mesmo que por breve momento, mereci o
Valhalla.
Meu ato é recebido com
zombarias e risos, pelas bestas que me cercam.
Em total desespero,
ataco. Sou vencido por um reles chute, que me lança ao solo.
Sou preso ao chão.
Minhas roupas são
rasgadas.
Meu corpo é violado.
As bestas riem enquanto
abusam de minha carne.
No final, não sinto
mais meu corpo, estou completamente humilhado.
Choro.
Uma faca entra em minha
garganta, atravessando meu crânio.
Em desonra, mergulho
nas Trevas.
Lotar.
Disparo minha última
flecha.
Não há mais chance de
vitória.
A cidade caiu.
A maioria das crianças
e mulheres escapou, minha missão se cumpre.
Eu, Lotar, guarda da
cidade, junto a meus irmãos de armas, garantimos a fuga.
Agora a morte é o único
caminho possível.
Saco minha espada e me
jogo contra a massa invasora. Faço seis guerreiros tombarem antes de uma lança
atravessar meu peito.
Tombo de joelhos.
Sinto uma pancada em
minha nuca. Primeiro vem o branco, logo depois o vermelho e por fim tudo fica
escuro.
Mergulho nas Trevas
feliz, meu lugar nos salões do Valhalla me aguarda.
Gostei. Acho que deveria ter uma continuação, como se isso fosse só o cenário descritivo que introduz o fim de uma guerra de uma história que está para começar. Como se fosse um prólogo apenas.
ResponderExcluirParabéns!